segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Como melhorar em Orientação

Como melhorar em Orientação



As dicas abaixo foram retiradas de um artigo publicado na edição de dezembro de 1983/janeiro de1984 da revista Compass Sport. O autor do artigo é John Knight. Adaptações de Dmeterko. Então, vamos ao que interessa.



• Ao receber o mapa procure familiarizar-se com o formato geral do terreno. Estude a a legenda e simbologia antes da prova. Durante a prova não é produtivo ficar tentando identificar o que é subida ou descida, o que é uma cerca ou um muro. Observe a escala do mapa e procure ficar com alguma idéia a respeito de avaliação de distâncias.

• Não encare a competição como uma corrida - Orientação não é simplesmente uma corrida, é uma prova de avaliação de tempo: é voce contra suas próprias fraquezas. Conheça suas próprias deficiências e procurar minimizá-las durante o percurso. Por exemplo: se você se desgasta muito correndo em subidas, evite-as ou diminua seu ritmo quando tiver que encará-las. Aproveite ao máximo suas qualidades de corredor e orientador para planejar sua corrida.

• Evite correr na sua velocidade máxima - O ideal é que você termine uma prova de orientação com a sensação de que poderia ter corrido um pouco mais. Evite a exaustão. O cansaço dificulta o raciocínio. Imagine você zerando um percurso e, faltando alguns pontos para o final, cometer algum erro por causa do cansaço.

• Tente não parar - Tome um fôlego se precisar, mas procure manter a progressão mesmo num ritmo lento, ainda que caminhando lentamente. A diferença entre o primeiro e o décimo colocados geralmente se deve à quantidade de tempo em movimento e não somente à velocidade. Pare 30 segundos aqui, mais 15 segundos ali adiante, outros 20 segundos acolá e veja quanto tempo poderia ter ganho no final do percurso.

• Não corra seguindo seu instinto - Mantenha o mapa orientado sempre, mesmo numa trilha. Em matas sempre se oriente com a bússola, não importa quão difícil seja. É incrivelmente fácil seguir um caminho em vez de outro sem que se perceba e só se dar conta que está na trilha errada mais adiante.

• Não corra sem contar passos duplos, por menos necessário que isso possa parecer - Então você acha que pode ver o ponto de ataque? Ótimo, mas conte seus passos assim mesmo. Existe a possibilidade de um acidente do terreno parecido estar 50 metros antes ou depois daquele que você escolheu como seu ponto de ataque. E 50 metros faz bastante diferença neste caso. Se você medir as distâncias que percorre e mantiver o mapa orientado, você sempre saberá onde está.

• Não parta para o próximo ponto de controle pensando em planejar a sua rota até lá depois. - Afaste-se um pouco do controle em que está para, então, planejar. Escolha um ponto de ataque específico e planeje sua rota até ele. Você deverá saber o que estará fazendo, para não se defrontar com algum obstáculo do qual seria melhor ter desviado.

• Confie no mapa e na bússola. Nunca acredite que você está certo e que o mapa e a bússola estão errados. - Apesar de não ser impossível, é bastante improvável que isto ocorra. Se você "tem certeza" de que está na ravina certa mas não tem um ponto ali, seja humilde o suficiente para considerar que VOCÊ é que pode estar errado. Tente identificar no mapa uma ravina paralela pela qual você pode ter passado "varado". É bastante comum não estarmos no local onde pensamos que estamos.

• Procure sempre ler as curvas de nível no mapa e no terreno. - Para os iniciantes, as curvas de nível podem não passar de um emaranhado de linhas que complicam a leitura do mapa, mas elas têm grande importância na escolha da melhor rota e, não raro, mesmo orientadores experientes podem se confundir e encarar subidas ao invés de descidas de uma elevação, devido a uma leitura errada das curvas.

• Não se engane pensando que você é melhor do que os melhores - você deve aceitar o fato de que as habilidades de orientação devem ser aprendidas, adquiridas com o passar do tempo. Não existe nenhuma mágica especial sobre azimutes, contagem de passos, curvas de nível, memorização da carta. Entretanto, somente teoria não basta: ser capaz de usá-la com confiança e velocidade adquire-se com a prática constante. Se você quer treinar suas habilidades nada melhor do que participar de competições. Não fique aborrecido com o fato de você poderia ter terminado em terceiro lugar se você não tivesse tentado cortar caminho através daquela mata fechada. Por outro lado também não é bom somente andar por estradas. Durante um ano eu andei somente por trilhas e estradas, cobrindo enormes distâncias, apreciando a paisagem, mas raramente orientado-me, raramente melhorando minha técnica, raramente aprendendo algo novo, exceto que não é possível superar aqueles que correm e vão através da mata ou do campo. Não há monstros, além daqueles que existem em nossas cabeças.

• Não acredite quando alguém diz que preparo físico não é importante - entre os melhores atletas há sempre aqueles que não são muito bons corredores, mas não se engane, eles podem ter ótima resistência. São sempre os bem preparados que dizem que preparo físico não é tudo. Eles podem ter esquecido ou nunca terem sabido como é fácil cometer terríveis enganos quando se está exausto.

Estas dicas foram publicadas na revista "CompassSport". edição de Dez83/Jan84, e são de autoria de John Knight - Inglaterra. Tradução de J. A. Freitas Gomes

sábado, 19 de dezembro de 2009

10 erros que não devemos cometer na alimentação da criança

1. Dizer sempre sim: A criança sem limites vai abusar das calorias e das guloseimas. Devemos ter um dia por semana e situações em que podemos ser mais liberais.

2. Lanches fora de hora: Já dissemos que o ideal são 6 refeições diárias e evitar as beliscadas fora desses horários.

3. Oferecer comida como recompensa: “Coma toda a sopa para ganhar a sobremesa”. Passa a idéia de que tomar sopa não é bom e que a sobremesa é que é o máximo.

4. Ameaçar castigos para quem não cumpre o combinado: “Se não comer a salada, não vai ganhar presente”. Isso somente vai aumentar o ódio que a criança sente das saladas.

5. Brincadeiras na mesa: Hora de comer é hora de seriedade, evitar fazer aviãozinho. Muito mimo é sinônimo de muita manha.

6. Ceder ao primeiro não gosto disso: a criança tem uma tendência a dizer que não gosta de uma comida que ainda não provou. Cada um pode comer o que quiser, mas pelo menos, experimentar não custa nada.

7. Substituir refeições: Não quer arroz e feijão, então toma uma mamadeira. Esse erro é muito comum, e se a criança conseguir uma vez, vai repetir essa estratégia sempre.

8. Tornar a ida a uma lanchonete, um programão: A comida de casa fica meio sem graça.

9. Servir sempre a mesma comida: A criança só toma iogurte, então passa o dia todo tomando iogurte. Vai enjoar, vai faltar nutrientes, vai faltar fibras.

10. Dar o Exemplo: Não adianta mandar tomar sucos e somente beber refrigerantes.


Fonte: abeso.org

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Como Nasceu a Orientação no Brasil

Como Nasceu a Orientação no Brasil
Sempre se soube que há uma notória necessidade em manter a mente ocupada enquanto se desenvolve uma atividade física. E talvez tenha sido esta lacuna a responsável pela grande aceitação da Orientação, desporto que alia à atividade física a uma intensa atividade mental.

Como muitos outros desportos modernos, que rapidamente se difundiram nos últimos cinquenta anos, a Orientação foi aplicada para solucionar um problema. Ela foi, inicialmente, usada para encorajar os jovens a utilizarem a natureza como meio para o desenvolvimento físico e mental.

Foi o major Ernst Killander, um jovem sueco e líder escoteiro que, em 1918, observando uma vertiginosa queda no número de participantes em corridas rústicas e cross-country em seu país, decidiu usar a própria natureza para motivar a participação nessas competições. A partir daí, passaram a ser organizados os primeiros percursos e as primeiras competições de Orientação. O sucesso desses eventos pioneiros foi tal, que serviram de incentivo à continuação daquele desporto.

Já em 1922 tinha lugar o primeiro Campeonato Distrital na Suécia. As primeiras competições eram muito fáceis e os pontos de controle colocados em acidentes do terreno bastante característicos devido, principalmente, à má qualidade das cartas da época.

A partir de 1935, com o grande aprimoramento das cartas de orientação, o corredor de longas distâncias, que sempre ganhava essas competições, cedeu seu lugar para um atleta mais completo: o orientador, que coloca a aptidão física a serviço de sua capacidade de orientar-se corretamente, ou seja o uso correto da técnica. Naquele ano surgiu a primeira organização sueca destinada a coordenar a organização do Esporte, tal a difusão atingida naquele país.

Em 1937, teve lugar o primeiro campeonato sueco de Orientação, o que fez com que o governo sueco oficializasse essa atividade, introduzindo-a nos currículos escolares, o que efetivou-se em 1942. Em 1961, foi fundada a Federação Internacional de Orientação (IOF), órgão máximo de regulamentação do Esporte, que em 1964 já possuía onze países filiados. O primeiro campeonato mundial de Orientação foi realizado na Finlândia, em 1966.

No Brasil, este Esporte foi introduzido em 1970, com a ida de três observadores ao IV Campeonato do CISM-Conselho Internacional de Esportes Militares, realizado em Alborg na Dinamarca. Em 1971, o Brasil competiu no V Campeonado do CISM, realizado na Noruega. Nos três anos seguintes, a Comissão de Desportos das Forças Armadas organizou Campeonatos de Orientação das Forças Armadas, conhecido depois como CAMORFA, os dois primeiros no Rio de Janeiro e o terceiro em Brasília. O III CAMORFA revestiu-se de grande importância, pois foi realizado pela primeira com a utilização de Cartas de Orientação, o que veio aprimorar sobremaneira o nível técnico dos competidores.

Atualmente, existem já vários Clubes de Orientação, principalmente nos Estados do centro-sul do País, particularmente Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal. Começam a organizar-se entidades no Amazonas, Mato Grosso do Sul, Ceará e demais Estados do Nordeste. A primeira Federação Estadual criada foi a Federação Gaúcha de Orientação, em 1995.

A maior deficiência, a confecção de mapas de orientação, principal empecilho para o desenvolvimento desse esporte no Brasil, é um obstáculo já superado, tendo em vista o grande número de mapeadores já formados com o aval da CBO, alguns inclusive vivendo do profissionalismo que essa atividade tem proporcionado. Está bastante fácil para um Orientador confeccionar uma carta, mesmo sendo leigo na ciência da Cartografia, aprendendo o trabalho de campo, fazendo uso do computador e dos ‘softwares’ existentes para esse fim.

Convém salientar dois aspectos muito peculiares:
Primeiro, a Orientação envolve um grande número de pessoas altamente qualificadas tecnicamente em todos as atividades que envolvem a sua prática: desde a aerofotogrametria, passando pela confecção e atualização da carta até o desenvolvimento técnico do próprio praticante;

Segundo, esse é um dos pouquíssimos esportes onde a maioria dos envolvidos, inclusive os dirigentes, estão no campo, praticando, ao invés de estarem sentados numa arquibancada ou em frente a um televisor, passivamente assistindo.